sexta-feira, 2 de março de 2007

PT ensaia aliança com Maluf para prefeitura de São Paulo


O PT e o PP estão cada vez mais próximos para a disputa municipal de 2008 em São Paulo. Esta aproximação foi trabalhada pelos deputados federais Paulo Maluf (PP) e Cândido Vacarezza (PT), que jantaram juntos nesta última quarta-feira (28/2), num restaurante em Brasília. Para Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB-SP, "é uma demonstração clara da guinada na trajetória do PT, da esquerda para o centro".

FOTO: Maluf (e) e Vacarezza (d) no jantar: vinho e concordância

O encontro no restaurante Piantella, famoso pelas articulações políticas, regado pelo vinho francês Château Plince, e revelado pelo jornal O Estado de São Paulo na edição desta sexta-feira (2). Segundo o Estado, o apoio de Maluf será selado com a indicação do vice de Marta Suplicy, principal candidata petista. Entre os nomes cogitados para compor a chapa está o do reitor da Uniban, Heitor Pinto Filho. Também serão procurados para a aliança o PMDB e o PR, como parte importante da conquista de tempo no horário eleitoral gratuito de televisão. Maluf e Vacarezza fizeram uma análise política de São Paulo. Concordaram quanto aos principais elementos da disputa local, como o enfraquecimento do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e as condições mais favoráveis para a vitória de Marta, avalia o jornal.

Para Nádia Campeão, presidente estadual do PCdoB, a aliança entre PT e PP está em sintonia com o movimento que os petistas têm realizado desde a disputa para a presidência da Câmara dos Deputados, em que Arlindo Chinaglia (PT-SP) contou com o apoio expressivo dos partidos mais alinhados à direita: “O encontro estampado no Estadão é uma demonstração das articulações que alguns petistas tem procurado realizar. É uma demonstração clara da guinada na trajetória do PT, da esquerda para o centro, como foi visto na disputa para a presidência da Câmara. A aliança com Maluf em São Paulo torna-se possível a partir da nova maneira como o PT busca seus apoios”, diz a dirigente comunista.

Para Nádia, as alianças em São Paulo têm repercussão nacional e demonstram as tendências dos partidos em suas ações políticas. “Iniciar as articulações políticas para a eleição de São Paulo privilegiando a direita não nos parece uma movimentação mais adequada. Isso não corresponde aos interesses do campo da centro-esquerda; e nem ao que espera parcela expressiva do povo de São Paulo que nos acompanha nas disputas eleitorais”, avalia a comunista.

“O PCdoB deve agir alinhado com um projeto popular e democrático para superarmos o atraso instalado em São Paulo, com a administração Kassab”, propõe Nádia.

O debate sobre a possível aliança entre PT e PP em São Paulo seguirá no curso das articulações entre os partidos e suas principais lideranças, com chance de desdobramento oficial marcado até setembro próximo.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

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