quinta-feira, 19 de abril de 2007

UNE participa de audiência na Câmara para discutir "Universidade Nova"


Parlamentares, reitores e representantes do MEC e de entidades ligadas à educação também compareceram ao debate, realizado na Comissão de Educação e Cultura.

Rever a estrutura curricular nas Universidades é um assunto que vem sendo discutido no mundo inteiro. No Brasil, sete universidades federais (Bahia, Brasília, do ABC, Rio de Janeiro, Pará, Piauí, do Recôncavo da Bahia e Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia) elaboraram um conjunto de propostas para mudar o arcabouço do ensino superior no país. O projeto, que recebeu o nome de "Universidade Nova" –em homenagem ao educador Anísio Teixeira e seu projeto "Escola Nova"–, foi tema de audiência pública realizada na terça-feira (17), na Comissão de Educação e Cultura da Câmara.

O debate, sugestão da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), contou com a participação do presidente da UNE, Gustavo Petta e representantes do MEC e de entidades ligadas à educação. Para o reitor da UFBA, Naomar Almeida Filho, um dos articuladores da proposta, a nova conjuntura conceitual exige que a universidade faça a articulação dos saberes, por meio da inter e da transdisciplinaridade, e de paradigmas alternativos de formação, que resgatem o pensamento complexo. "Não é possível que a universidade brasileira continue a ser uma instituição inculta", disse.

A composição do ensino superior por três ciclos – um bacharelado interdisciplinar, de formação geral; um ciclo de formação profissional específica; e um ciclo de pós-graduação – e o fim do vestibular como forma de ingresso dos estudantes nas universidades são algumas das mudanças previstas na proposta.

De acordo com a "Universidade Nova", o primeiro ciclo do ensino superior duraria três anos e seria composto por interdisciplinas, isto é, propiciaria ao aluno uma formação nas áreas de Humanidades e Ciências em geral, além de educação para cidadania. Quem optasse por uma profissão, passaria por uma seleção específica ao final desse período e cursaria o segundo ciclo, dedicado à formação profissional. Dependendo de cada curso, esse período poderia variar entre um e quatro anos.

Já aqueles que demonstrassem vocação para a carreira científica poderiam fazer o mestrado e doutorado sem precisar cursar as disciplinas técnicas que hoje são obrigatórias em qualquer bacharelado. Desse modo, a formação de um doutor seria reduzida dos atuais 10 anos (quatro de graduação, dois de mestrado e quatro de doutorado) para um período que poderia chegar a seis anos. A "Universidade Nova" prevê ainda a criação de cursos superiores de curta duração, que propiciem a formação de "tecnólogo", para aqueles alunos que necessitam de uma formação profissional mais rápida.
--
Fonte: UNE - União Nacional dos Estudantes

Nenhum comentário: