(Pároco - Paróquia Nossa Senhora das Graças - Jequié-BA)
O Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, se constitui no fundamento da nossa fé, no motor que move e direciona a nossa vida. Se Cristo não houvesse ressuscitado de entre os mortos, vã seria a nossa fé. Vão seriam os nossos sacrifícios e exercícios de piedade. Mas Ele ressuscitou. A morte triunfou sobre a vida. E Nele e com Ele encontramos o sentido para a nossa caminhada, para a nossa existência.
Se a gente der uma olhada com mais profundez, nós vamos perceber que cada existência, cada pessoa humana vem estruturada pelo dinamismo pascal. A vida nunca aparece pronta. É uma tarefa a ser construída a cada dia. E aí cada um tem de aprender a renunciar e a aceitar ir abrindo caminhos para esta construção.
Muitas vezes o sofrimento e as crises nos libertam. Elas podem significar uma oportunidade de penetração num horizonte novo. E Jesus experimentou essa dinâmica. Ele experimentou o sofrimento, a morte e a ressurreição. Somos convidados a ser testemunhas desta experiência. Mas testemunhar Jesus Cristo ressuscitado, exige aceitação, fé. Comunidade sem fé não é comunidade cristã.
Só quem ama é capaz de descobrir e tornar objeto de sua fé toda a realidade da ressurreição. O amor gera a fé na ressurreição e suscita o testemunho. Mas como testemunhar a ressurreição de Cristo em meio a uma sociedade marcada por sinais de morte e opressão?
A nossa libertação em Cristo não é apenas um fato que deve ser aceito passivamente. Ele tem rosto concreto, tem corpo, tem forma. A nossa ressurreição tem que ser mostrada no dia a dia, na comunidade, nos ambientes de trabalho. Tudo o que traz vida melhor, dignidade para as pessoas, são sinais de vida nova, ressurreição.
Que a Páscoa, memorial da salvação realizada em Cristo, seja prenúncio do que devemos ser: mulheres e homens libertados do preconceito, da discriminação, da dominação, da submissão. Que as nossas atitudes possam revelar o homem novo, a mulher nova, ressuscitados em Cristo e assim poder mostrar ao mundo a verdadeira imagem de Deus, deformada pelo pecado.
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