segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

PT adota cautela na reforma ministerial

A Executiva Nacional do PT decidiu ir devagar com o andor nas indicações que fará ao presidente Lula para composição de ministérios. Na reunião desta segunda-feira (26), realizada em Brasília, os dirigentes do partido concluíram que devem ser mais discretos na relação com o Planalto e, principalmente, tentar tirar o foco do nome de Marta Suplicy para não haver mais desgaste da ex-prefeita de São Paulo.

A declaração oficial do presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), sobre a reunião da Executiva Nacional foi curta: “Concluímos o debate interno sobre o assunto (das indicações). Vamos apresentar ao presidente Lula assim que ele nos chamar para conversar”, afirmou Berzoini, que em reuniões anteriores tinha adotado estilo mais aberto e propositivo, chegando a confirmar que a lista de “ministeriáveis” incluía Marta Suplicy.

Desta vez, ele não quis se aprofundar sobre os entendimentos da Executiva e mostrou a preocupação com o juízo do presidente Lula e aliados sobre as declarações de petistas. Disse que não poderia se alongar nos comentários “até para não ter nenhum tipo de constrangimento”. “A maneira mais correta politicamente é apresentar para o presidente”, resumiu.

Uma fonte que participou da reunião, no entanto, observou que nos últimos dias houve muitos rumores negativos para a imagem do partido neste momento de divisão de cargos, principalmente com desgaste para Marta Suplicy. Isso porque Marta é cogitada para o Ministério da Educação – onde o atual ministro, Fernando Haddad, também petista, tem bom desempenho – ou para o Ministério das Cidades, considerado prioritário pelo aliado PP, partido do atual ministro, Márcio Fortes.

Segundo a fonte, houve unanimidade de que é preciso adotar uma postura mais discreta inclusive para amenizar as especulações sobre a ex-prefeita, considerada um nome “a ser fortalecido” no segundo governo Lula para futuras disputas eleitorais. Participantes da reunião da Executiva consideraram que a entrevista de hoje do presidente Lula ao programa “Café com o Presidente” (veiculado pela Radiobrás), foi mais uma mensagem clara de alerta às pretensões dos dois maiores partidos, o PMDB e o PT. No programa, Lula disse que quer esperar as forças políticas se acomodarem antes de decidir seu ministérios.

Fonte: Último Segundo/Santafé Idéias

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