quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Ex-premiê paquistanesa Benazir Bhutto é assassinada

Por Augustine Anthony RAWALPINDI,
Paquistão (Reuters)

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A líder oposicionista do Paquistão Benazir Bhutto (foto) foi assassinada após um ataque a tiros e com bomba que se seguiu a um comício na cidade de Rawalpindi, nesta quinta-feira. "Ela foi martirizada", disse o colega de partido Rehman Malik.
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Bhutto, de 54 anos, morreu em um hospital de Rawalpindi e, segundo a TV Ary-One, teria sido baleada na cabeça. A polícia disse que um homem-bomba disparou quando Bhutto saía de um comício em um parque e depois se explodiu.

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"O homem primeiramente disparou contra o veículo de Bhutto. Ela se abaixou e então ele se explodiu", afirmou o policial Mohammad Shahid.
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De acordo com a polícia, 16 pessoas foram mortas na explosão. "É um ato vindo daqueles que querem desintegrar o Paquistão, porque ela era o símbolo da unidade. Eles acabaram com a família Bhutto. Eles são inimigos do Paquistão", disse à Reuters Farzana Raja, do partido da líder.
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Um porta-voz do presidente Pervez Musharraf afirmou que ainda tinha que confirmar a notícia antes de comentar.
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Em outubro, um homem-bomba matou quase 150 pessoas em um atentando quando Bhutto desfilava pela cidade de Karachi, comemorando seu retorno ao país, após oito anos de auto-exílio.
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Militantes islâmicos foram apontados como culpados pelo ataque, mas Bhutto chegou a declarar que estava disposta a enfrentar o perigo para ajudar seu país.
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O pai de Bhutto, Zulfikar Ali Bhutto, foi o primeiro premiê eleito por voto popular do Paquistão. Ele foi executado em 1979, depois de ser deposto por um golpe militar. Os dois irmãos dela morreram em circunstâncias misteriosas.
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Bhutto foi a primeira mulher premiê do mundo islâmico ao ser eleita em 1988, aos 35 anos. Em 1990, foi deposta, mas acabou reeleita em 1993 para, três anos depois, ser novamente afastada, em meio a acusações de corrupção e má administração.
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(Com reportagem de Kamran Haider)