sexta-feira, 9 de maio de 2008

Para jornalistas, oposição deu “tiro no pé” e Dilma “venceu”

Dilma Roussef desafinou a festa da oposição ao governo Lula. Na opinião de jornalistas e blogueiros, o que houve nesta quarta-feira (7), na Comissão de Serviço e Infra-Estrutura do Senado, foi um baile da ministra da Casa Civil sobre senadores do PSDB e do Democratas (ex-PFL).
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”São 11h30min e a ministra Dilma Rousseff está dando um banho”, adiantou a colunista tucana Eliane Cantanhede, da Folha, que apontou logo o responsável pelo desastre: ”É o Agripino”. Àquela altura, a grande mídia já estava fula com o vilão do dia - o senador José Agripino Maia (DEM-RN).
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Em recente entrevista na Folha de S.Paulo, Dilma declarou que mentiu nos porões da ditadura militar (1964-1985) para salvar a vida de seus companheiros. Tinha apenas 19 anos e estava sob tortura. Presa em seguida, ainda na mocidade, recusou-se a delatar quem quer que fosse, pois estava do lado da democracia, combatendo um regime totalitário e impopular.
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Agripino, um inconfundível filhote desse período ditatorial, insinuou que não via diferença entre uma sessão de tortura e um depoimento ao Senado. Insinuou mais: se Dilma havia mentido diante do regime militar, teria tudo para repetir o gesto diante dos atuais senadores da República. Um ato falho para a história.
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”Dilma arrasa a oposição” foi a chamada de Paulo Henrique Amorim no site Conversa Afiada. Em sua opinião, a ministra revidou à altura a provocação de Agripino. ”Rousseff atingiu o ponto certo da resposta, com firmeza e serenidade, e colocou o senador na posição histórica que ocupam os que acionavam a maquininha do choque elétrico.”
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”Dilma tem uma dívida impagável com José Agripino Maia”, zombou o principal colunista do Globo Online, Ricardo Noblat. ”Ela entrou na sala da Comissão como suspeita de ter encomendado um dossiê sobre despesas sigilosas do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Saiu como a heroína que aos 19 anos de idade foi presa e torturada por agentes da ditadura militar de 1964, e mesmo assim não dedurou ninguém.”
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* Por André Cintra, do Portal Vermelho

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